domingo, 31 de outubro de 2010

30 de outubro de 2010. Ipanema antes da chuva!







                                                                         Foto Carla


"Dia de luz, festa de sol, e o barquinho a deslizar no azul do céu do mar..." Realmente dia de luz, festa de sol, mas o barquinho a deslizar era um enorme navio de containers passando ali entre o costão do leme e a ilha da Cotunduba. Alerta para os remadores que parecem um pontinho no meio do mar e resolvem atravessar o canal.
Sete horas da manhã e o dia nascendo prometia contrariar as previsões de um ciclone extra tropical chegando no sul. A chuva e o vento vieram mais tarde mas a manhã foi de sol e de um mar delicioso de navegar. Ao menos na ida.





                                                                           Foto Carla



Sábado era de se esperar mais gente para remar, até porque estávamos saindo de um final de semana estranho, com chuvas e preguiça de início de horário de verão. Tirar as canoas dos cavaletes, carregá-las para as areias, pegar balde, borrachas e muita atenção na hora das amarras para não haver surpresas no mar. Os iacos são amarrados com câmaras de bicicletas e cada canoa tem que levar um balde e um baldinho para tirar água na hipótese de virar.



Tres canoas foram montadas nas areias da Praia Vermelha bem ao lado de um trabalho espiritual não muito legal. Uma bandeja estranha de peixe com uns cigarros espetados. Que santo ou figura de umbanda, candomblé ou seja lá o que poderia ser representado por essa combinação?
Preparadas as canoas e depois de pedir licença ao trabalho vizinho, hora de ir ao mar e rumar para o Arpoador. O mar estava delicioso de lemear, uma ondulação muito gostosa nos permitiu traçar uma reta mais por dentro da enseada de Copacabana. Logo passamos a canoa do Jonhy que foi mais por fora.  Canoa feminina, boa de sincronia! Chegando no posto 6 foi melhor evitar a lage que estava com a cabeleira branca derramando sobre as pedras. Viramos em direção às Cagarras para passar por fora dela. Continuamos seguindo na frente com o auxílio da ondulação. A canoa lemeada pelo Léo chegou só mais tarde no Arpoador, isso porque sairam mais tarde tirando água da ama. Passaram que nem um raio, tanto na ida quanto na volta.


Mar limpo exceto pelas línguas de espuma que insistem em manchar as águas do Rio. Mas sem lixo  flutuando. O vento perturbou forte na volta e ajudou fraco na ida. Lá no Arpoador, o mar estava perfeito para um mergulho. Jonhy virou rente à pedra do Arpoador ensaiando um surf por ali. A  tripulação da canoa com certeza gostou, os surfistas creio que não muito.








 
                     Fotos Carla

                                                                      Foto Carla

Foto Carla

Depois da brincadeira hora do pit stop tão desejado, de beber água,  jogar conversa fora e corpo na água. Temperatura boa para ficar boiando por ali. O dia estava nítido tanto em direção às Cagarras quanto em direção ao Dois Irmãos.













                                                                          Foto Carla

                                                                             Foto Carla

Hora de voltar, apesar da vontade ser de ficar. Se reclamam que comigo no leme a canoa não anda por causa das fotografias, imagina com o Jonhy... que ninguém olhe para trás! Também depois de um bom tempo mergulhando, fotografando, rindo... quem quer saber de remar? Ainda mais se tem remadores na frente que não têm olhos atrás!


                                                                         Foto Carla

                                                                        Foto Carla

                                                                          Foto Carla

                                                                           Foto Carla

Antes de sair do Arpoador e rumar para a Praia Vermelha ainda deu para ver uma série estourando lá na lage que tem em frente ao Posto 8. Os remadores desavisados podem tomar um bom susto por ali, a ondulação quebra de repente e não tem pedra alguma avisando, é a lage lá embaixo mesmo. Quem conhece não vacila. Quem nao conhece e se perde distraído na beleza das Cagarras, não sei não...

                                                                      


Passagem rápida por fora da lage do Posto 6 dando para perceber que as ondas estão lambendo. Carla fotografou rápido e eu aflita pedindo para ela remar antes que fosse surpreendida, a canoa não estava lá muito leve e uma a menos remando era bronca na certa. Harmonia, sincronia, tudo pela paz... mas ainda bem que ela é tinhosa e fotografou. Salvou a notícia!

                                                                            Foto Carla

Na minha canoa não tinha muito espaço para muita graça, as meninas sabiam que quando o mar está generoso na ida pode ser que na volta explique o porque. Ester vira e mexe olhava para trás pois a canoa pesava e devia ser a leme fotografando, mas deixei para Carla o risco de ser surpreendida. O mar estava bem ruinzinho na volta, um pouco de vento nordeste entrando e incomodando, uma ondulação jogando meio em diagonal para a praia. Foi mais dura a volta depois que entramos em Copacabana.



Não haviam muitos remadores pelo mar, encontramos na volta lá perto da Praia do Diabo o Chinês que mais parece santo que está em toda parte do mar em todos os dias e lá no costão do Leme o João, que não vem aparecendo muito de individual, ao menos no horário em que o blog está no mar.



Virando na Praia Vermelha a constatação de que o mar estava mesmo diferente, muito mais mexido do que na ida, um verdadeiro back wash ali nas pontas. As meninas não deixaram a peteca cair, ou melhor, a canoa desandar e remaram forte na passagem do costão. Se assim não for, a canoa vai igual à canoa do Jonhy um pouco na frente, rabeando, indo de lado, à mercê da ondulação. Quando o mar está batendo e voltando nos costões é importantíssimo a sincronia e a disposição da pá na água, afinal quem manda no movimento da canoa, os remadores ou a corrente?




Mais um mergulho na enseada da Praia Vermelha para a despedida do sábado e muita atenção no desembarque pois hoje o mar estava lambendo as areias de lado. Canoas nos cavaletes e nas beiradas um show de contrastes. A praia começando a encher com o sol de primavera que já vai esquentando, um morador de rua desmaiado ali perto dos cavaletes e o pessoal da escalada aproveitando as paredes secas do morro da Urca. Bondinho para que?
"E o barquinho vai... e a tardinha..."  Cai aquela chuva prometida pela previsão!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

29 de outubro de 2010. A história por Carla!



Escrever é bom, ler às vezes cansa. Nada como contar a história através da fotografia, ainda mais quando quem fotografa tem olhos para ver e coração para sentir... seguem as fotos da Carlota!



















29 de outubro de 2010 Lá na ponte que pariu!






O céu amanheceu completamente azul, mas antes se deixou colorir de sol. Vermelho. Lá do outro lado da baía de Guanabara os prédios amanhecem pegando fogo mas o calor não veio na proporção do azul, mais parecia uma manhã de outono.
Saindo cedinho dali da Praia da Urca estava o Paulo e o Dudu com um grupo de cinco remadores animadíssimos. O dia pedia mesmo uma remada.
 





Partimos dali da Praia da Urca para encontrar Silvinha e Paulo Garrafa na esquina do Cara de Cão às 6:20. 6:30 cronometrado encontramos Silvia e Garrafa vinha logo atrás... ué, passou batido em direção ao miolo da baía de Guanabara. Não era o Garrafa, acho que era o Pedrinho. Antes ainda dos tres passou o Chinês, acho que esse cara está dormindo na canoa pois está ali todas as manhãs.
 










Um mar liso desses com uma maré levando lá para os lados da Ponte Rio Niterói nem deu chance de chegarmos muito perto para conferir. Ficamos ainda alguns minutos no forte Lage aguardando... ué, alguém parou ali no Cara de Cão. Apita aqui, assovia aqui e depois de um tempo ele nos viu esperando protegidos pelo Forte.
Depois de reunidos os quatro, partimos para a Ponte em meio a um mar bem sujo e escuro, tudo o mais estava bom demais. Tanto em cor quanto em conforto para remar. É como se acima da tona voltássemos mesmo a respirar! Se eu fosse peixe por aqui... queria ser peixe voador!





Rumo então ao cemitério de navios lá depois da Ponte perto da Ilha da Conceição! Ao contrário do trajeto de outro dia, seguimos a direção apontada por Silvia e fomos bem no centro do canal, ainda bem que não havia muito tráfego hoje. O ideal é cruzar para Niterói na altura do Forte São Luiz rumando para Charitas e de lá ir costeando a Ilha da Boa Viagem, Grogoatá e por aí vai...
Mas foi um bom trajeto se pensarmos pelo lado da corrente que nos ajudou. Muita atenção com muito lixo boiando. As águas chegam a ser fedorentas por ali. Parece loucura, mas é lindo de qualquer jeito!
Silvia voltou antes, mais ou menos na altura da Ilha da Boa Viagem, o tempo estava mais apertado para ela.




A travessia do canal das barcas é sempre tensa, mas hoje até que foi tranquila... De repente...
- Opa! Um catamarã na nossa direção! Esse é rááááápido!
- Ai, não fique em pâââânicooooooooooo, vem em nossa direção
Carlota não estava em pânico, o pânico foi meu. Mas que ela acelerou a remada e parecia um boneco de desenho animado, ah isso parecia! Saimos do meio do canal e rumamos para a margem a salvo de sermos fatiadas, seria uma canoa bi partida e duas remadoras bi partidas. Não escapamos muito da ondulação que o catamarã fez. Para quem não queria se molhar, pois não dava tempo para um banho antes do trabalho, foi uma respingada só, ou melhor uma onda só... mas não chegamos a virar.
 

Chegamos sob a ponte todo o tempo ajudadas pela maré, sinal de que a volta seria bem diferente. Sorte que não fazia calor pois aquele mar preto de almirante não tinha nada de refrescante. Sob a ponte chegou junto o Garrafa que estava vindo o tempo todo um pouquinho mais atrás.
- Trouxe uma bola para brincar!

Foto do Paulo
Não é que trazia sobre a canoa uma bola de futebol linda e nova? A gente acha de tudo nesse mar, menos peixe pulando hoje. Só um na volta.
Não chegamos novamente no cemitério dos navios pelo adiantar da hora mas deu tempo de estacionar sob a ponte para fotografias e ver o engarrafamento que estava lá em cima. Essas beiradas asfaltadas eu não gosto muito!

 







 Hora de voltar e como pensamos a volta foi bem mais pesada. Fomos margeando até o forte Grogoatá como manda o trajeto mais seguro, mas não estava legal remar naquela corrente pesada. Foi passarmos coladas na plataforma e decidimos cruzar a baía ali mesmo, nada de chegar até o forte São Luiz!
- Chega mais, vem pra cáááá
Vozes do além pediam para não atravessarnos o canal. Seria um sinal? Que sinal que nada, um bando de homens barrigudos lá na base da plataforma estavam animadíssimos com nossa canoa passando. Carlota acabar de tirar a blusa para ir se bronzeando...
Era sim um sinal para mirarmos logo o Pão de Açúcar e traçar nossa reta para o Cara de Cão. Chega de margear Niterói. Chega da aventura de margear uma plataforma!
 




Não é que a estratégia traçada nos fez navegar muito mais leves? Cruzamos um largo canal mas logo já estávamos passando ao largo do Forte Lage. Ali ainda cruzamos com dois caiaquistas. Mais um trecho duro dali do Cara de Cão até a Praia da Urca apesar da maré gostosa e da ondulaçãozinha que nos empurrava.




Mas a dificuldade agora nem era tanto as condições do navegar. Minha bunda doía horrores, ou melhor, meu glúteo esquerdo. Abaeté está navegando meio adernada para a esquerda. Preciso deixá-la no estaleiro para ver onde está entrando água. Carlinha também sentia dormência na perna esquerda. Definitivamente, depois de duas horas de remada não estávamos lá muito confortáveis. Daí a resposta para o Bruno, Marquinhos, Lariana e Tonho quando chegamos na Praia da Urca:
- Foram para onde?
- Lá para a Ponte que pariu!